Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014.
Acordei com contrações. Não falei para ninguém, pois poderia ser falso trabalho de parto de novo. Estavam bem espaçadas e bem fracas. Fui fazendo as minhas coisas normalmente. No meio do dia elas começaram a incomodar mais, ficava andando de um lado para o outro dentro de casa. Para aliviar, acelerar, sei lá.
17:00 horas - meu marido chegou em casa. Resolvi contar para ele e começamos a contar as contrações. Foram ficando mais fortes, regulares, de 10 em 10 minutos. Entrei no chuveiro e fiquei lá.
21:00 - as contrações começaram a ficar de 5 em 5 minutos. Liguei para a médica. Ela falou que se continuasse assim por mais uma hora eu já podia ir para o hospital. Jantei um pratão. Arroz, feijão, purê de batatas, carne moída e salada. Estava muito feliz. Nem acreditava que tinha chegado a hora.
22:00 - contrações fortes, tão fortes que precisava parar de andar quando elas vinham. Fiquei no chuveiro a maior parte do tempo. Meu marido ligou para a médica de novo e avisou que íamos para a maternidade.
Sempre pensei que iriamos ficar tão nervosos nesse momento, mas estávamos tão calmos. Conversamos bastante enquanto arrumávamos as coisas para sair. As malas já estavam prontas, mas faltavam alguns detalhes. Enfim saímos de casa. No caminho até o carro o porteiro ainda perguntou - e esse bebe? vem ou não vem? - entramos no carro e meu marido ainda gravou um vídeo dos nossos últimos momentos sem o Bernardo.
Chegamos na maternidade e passamos por toda aquela chateação, registro, triagem, cardio toco. Eu estava doida para ir logo para a água quente, mas a plantonista disse que eu só tinha 3 centímetros de dilatação e eu jurava que já estava com uns 6...rs
Ai começa única parte ruim. Não tinha nenhum quarto disponível, então fui para uma sala de pré parto. A sala era muito pequena, a cama era muito desconfortável e não tinha banheiro. Fiquei super arrasada, pois eu sabia que podia não conseguir a sala de parto humanizado, mas esperava ficar no chuveiro pelo menos.
A médica ligou e meu marido contou como eu estava chateada. Como eu ainda estava em trabalho de parto latente, que poderia levar horas, ela ainda não estava no hospital. Mais o menos uma hora depois do telefonema, lá estava ela. Chegou, ajustou a luz, perguntou baixinho como eu estava. Trouxe uma compressa com água quente para eu colocar nas costas e aliviar a dor.
Eu dormia nos intervalos das contrações, mas estava muito desconfortável. Só pensava que, se continuasse daquele jeito, eu não iria aguentar e iria pedir anestesia. Algumas horas depois, umas 2 ou 3, eu acho, comecei a sentir muita vontade de fazer força. Achei muito estranho, pois estava com poucos centímetros de dilatação. Meu marido chamou a médica e ela fez o toque novamente. 6 centímetros. Pensei que, se tinha aguentado até ali, ia esperar mais um pouco antes de pedir qualquer intervenção. Nessa hora a sala de parto humanizado ficou vaga.